Em 2018 iniciei um curso de fotografia pra desenvolver meus trabalhos que era oferecido pela Escola Livre de Imagem, que foi conduzido pelos queridos Mateus Sá, Eduardo Queiroga e Dani Bracchi no Museu Murilo La Greca por quase 1 ano, com encontros semanais. Na turma haviam algumas carinhas conhecidas tanto de fotógrafos, quanto de amigos, e outras pessoas que no decorrer desse período se tornaram companheiros do nosso coletivo não coletivo Vagalumes, ou como Queiroga uma vez falou e que eu gosto demais, “Pirilampos Serelepes”! Tá mas falando sério, o grupo nunca se auto-intitulou como coletivo, mas é um grupo que durante esse periodo agiu como, e já percorremos alguns caminhos juntos.Fotografar as vezes pode ser um ato solitário, e toda a construção de um projeto, mas eu conhecia o trabalho dos que nos conduziram, e a turma formada foi enxugando, até chegarmos em 10 artistas no final e fizemos nossa exposição no Museu por 1 mês.Eu geralmente tenho materiais que tenho dificuldade de desenvolver, seja pelo formato, montagem.. dar sentido, construir uma narrativa. E isso era o que acontecia com o que depois se tornou a série “Quantas mãos fazem um maracatu?”. Se você quiser saber mais, é só acessar “Sobre a série - Quantas mãos fazem um macaratu?”.Durante o Pequeno Encontro de Fotografia de Olinda me inscrevi numa leitura de portfólio pra começar a pensar nesses conjunto de imagens, e Livia Aquino era quem iria analizar. Não era a minha primeira leitura, porém era a primeira leitura coletiva, e na turma tinham pessoas que tem trabalhos super potentes como Marina Feldhues, Priscila Buhr, Saura Kelly, Iezu Caeru entre outros.. e claro que me sentia intimidada, ao mesmo tempo que confortável porque conhecia alguns. Quando rolou a leitura do meu material, primeiro que eram muitas imagens e quase não coube na mesa, houveram muitas perguntas, já que o maracatu era muito conhecido pelas suas cores, movimento e brilho, e eu tava levando uma série estática, quase monocromática entre preto e amarelo, e de referencias imagéticas muito diferentes do que era comumente conhecido. Era o fazer da gola do caboclo de lança, mas antes de todo brilho, o primeiro passo, o corte, o desenho com giz…Depois daquela leitura, parecia que ainda não tinha encontrado o caminho da série, então quando iniciei o curso resolvi colocar esse projeto pra jogo novamente. Levei o que naquele momento via como um conjunto que eram as séries “Alvorada”, “Maracatu” e “Quantas mãos fazem um maracatu?”. Quando coloquei no chão o conjunto das séries pensando em ser só uma, Mateus Sá olhou pra série que tinha menos fotos, as que eu tava mais acanhada em mostrar, que era esse corte da gola do caboclo de lança, e ele perguntou “tu tem mais desse material? Acho que tem alguma coisa aí..“, respondi que sim, e ele pediu pra trazer que queria ver. E assim fiz, imprimi umas miniaturas e comecei a pensar em casa nesse material, comecei a pensar em como montar, como conectar, e que sentido dar.Esse movimento de imprimir miniaturas e poder testar, fotografar, olhar de novo, experimentar outras coisas… foi um tempo até levar pra ele e a turma toda verem, e começar a ter um norte. Depois que entendi a importancia daqueles experimentos, fui percebendo que tem coisas, projetos, que caminham diferentes de outros. Alguns tão “prontos”quando você fotografa, outros você precisa experimentar até conseguir traduzir o que passa na cabeça de forma que faça sentido pro outro também.No final do curso concluímos com uma exposição e continuamos com o grupo. Nos inscrevemos em editais e fomos contemplados pra levar a nossa exposição Resistência Vagalume pra Fortaleza, Ceará em 2022. Mas isso vai pra próxima postagem!

Até lá!



Os artistas e a curadoria: Társio Alves, Eduardo Queiroga, Carol Melo (Eu), Keila Vieira, Tiago Lubambo, Elysangela Freitas, Clara Simas, Larissa, Mateus Sá e Thiago Duque. (faltou o Guilherme Benzaquen e a Cris Shung  na foto)

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