Olá pessoas! Hoje vim falar de um tema mais pessoal, que é uma das minhas formações;
Já fiz uma postagem falando sobre como foi a faculdade de fotografia em Caxias do Sul concluida em 2010 e que depois disso retornei à cidade de Olinda, em Pernambuco.
Quando cheguei em Olinda, quis continuar minha vida acadêmica e decidi fazer pós-graduação em Fotografia e Imagem no mesmo ano, porém a turma não fechou imediatamente e só foi possível no ano seguinte; O curso durou por volta de 15 meses, e meus colegas vinham de áreas diferentes da fotografia, como historiadores, jornalistas, publicitários..., e isso gerava interpretações distintas sobre um assunto comum. No meio do curso, fui morar em uma cidade próxima, e como as aulas eram aos sábados, às vezes fazia o bate e volta, outras dormia em Olinda mesmo. No fim do curso muita coisa tinha acontecido sobre os prazos e outros contra-tempos, e não consegui entrar o famoso trabalho de conclusão. Outros colegas também não haviam entregado por conta do prazo que foi reduzido, e haviam vários desistido no meio do curso.
Então decidi fazer vestibular (ao invés de entrar como portadora de diploma, hahaha) para a graduação em Artes Plásticas, e embora aprovada, a turma não fechou e houve um remanejamento para outros cursos, e fui pra cinema. Tentei, mas saí no primeiro semestre, por diversos problemas com a instituição. e em mim permanecia o desejo de expandir um pouco mais a fotografia, a imagem, pra outras áreas
Passaram-se 7 anos e tinha recém voltado de uma viagem que foi muito importante na minha vida, e então decidi que não deixaria nada mais pendente em minha vida. Queria melhorar meu currículo, e fui atrás da faculdade que fiz a pós-graduação com interesse em entregar o meu trabalho de conclusão, e se seria possível depois desse longo prazo, e eles aceitaram! Tive alguns encontros com o orientador, e falei que durante esses 7 anos havia feito um projeto que queria muito me aprofundar na parte de pesquisa; O projeto Veste Branco é uma serie de fotografias que realizo durante as manifestações públicas do povo de terreiro em Pernambuco, na Bahia e em Barcelona (na monografia foi feito um recorte só sobre Pernambuco).
Levei o esboço do que tinha escrito, entre outras fontes de pesquisa, e o material bruto já ultrapassava o limite de páginas do final do projeto. Desenvolvi em 3 meses a monografia e tirei nota máxima. Aquela pendência acadêmica me deixava com a sensação que, por muito pouco, não havia concluído algo que era muito importante pra mim. Voltar atrás e resgatar essa oportunidade, fazer e falar sobre o que amo, que é a fotografia, e durante esse período de pesquisa, mergulhei tão profundo no tema que me tornei filha de santo, e me encontrei também no sentido ancestral e espiritual que eu nem esperava.
Agora imagine, antes minha monografia seria sobre o editorial de moda da Vogue, de Alice no País das Maravilhas, realizado pela fotógrafa icônica Annie Leibovitz (sou muito, muito fã!). Apesar de amar moda, não sei se faria tanto sentido pra mim assim, como hoje é quando falo sobre macumba. Uma coisa é falar sobre o trabalho de outra pessoa, outra é desenvolver um trabalho por tanto tempo e ter a oportunidade de falar sobre isso numa monografia. A pós-graduação seguiu me deixando com sede da vida acadêmica, no sentido da pesquisa mesmo; Sou muito curiosa e os estudos, o conhecimento sempre me estiga!
O curso foi concluído em 2018, e em 2020 durante a pandemia, comecei a fazer o MBA em Fotografia na América Latina pela Universidade Católica de Pernambuco, foi um chacoalhão de informação que, durante esse período sensível que foi a pandemia, decidi trancar o curso porque me sentia extremamente sobrecarregada, mas é um curso incrível que quero muito concluir e como me prometi, nada de pendências!